‘Bicos’ se transformam em principal fonte de renda para empreendedores
Lorine Barcelos sempre ouviu dos amigos que cozinhava muito bem. De tanto ser elogiada, ela resolveu começar a cozinhar para eventos aos finais de semana para complementar a renda. Durante três anos, Lorine dividiu o tempo entre a organização de festas e o emprego como gerente de obras em uma empresa de construção civil de Uberlândia. No final do ano passado, no entanto, ela se viu diante de um dilema: os horários do trabalho não batiam com os da escola das filhas. Foi quando resolveu chutar o balde.
“Coloquei no papel o que era mais viável, pagar uma escola para deixar as meninas à tarde ou arriscar, sair do serviço e abrir um negócio próprio”, afirmou. A escolha foi pela segunda opção. Em fevereiro, Lorine montou o Delícias da Lô e passou a vender marmitas nos horários de almoço, bem como cozinhar para festas em finais de semana. De acordo a empreendedora, o plano tem dado certo: além do aumento na renda, ela agora tem mais tempo para cuidar e curtir as filhas.
Mesmo diante da crise, histórias como a de Lorine têm se tornado comuns. É o que afirma Sebastião Moreira, analista do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Segundo ele, no entanto, é necessário que o aspirante a empreendedor tome alguns cuidados antes de partir para a iniciativa privada. “É fortemente recomendável que a pessoa procure se formalizar. Sem um CNPJ, não é possível conseguir, por exemplo, uma máquina de cartão, que é um instrumento de venda”, disse.
Uma das formas mais fáceis de se formalizar é por meio da declaração de microempreendedor individual. A categoria engloba empreendimentos de pequeno porte, com até um funcionário, e faturamento máximo de R$ 60 mil ao ano. Para se formalizar, o interessado pode acessar o Portal do Empreendedor, do Governo Federal, e preencher o cadastro de solicitação, que irá gerar o CNPJ. Unidades do Sebrae também prestam auxílio para quem quiser se cadastrar.
“Tendo informações necessárias, o cadastro é feito em minutos. A pessoa já sai com CNPJ, Certificado de Registro e está apta a exercer as atividades de forma legal”, disse Moreira. Após se cadastrar, o empreendedor deverá procurar, em até 180 dias, a Administração Pública do Município para solicitar o alvará de licença para execução da atividade. Somados, os encargos tributários para microempreendedores individuais chegam a R$ 50.
Segundo Sebastião Moreira, além de se formalizar, é recomendável aos candidatos a pequenos empresários terem algum tipo de conhecimento sobre a área em que empreender. “É importante que a pessoa tenha aptidão para a área que queira trabalhar. Há pessoas que chegam aqui em busca de dicas, o que fazer, o que abrir, e isso nós não podemos ajudar”, disse Moreira.
Esporadicamente, desde o colegial, Pâmella Luz preparava e vendia doces para complementar a renda. Depois de um tempo parada, em 2014, ela voltou a recorrer à atividade após perder um dos empregos que tinha na área de Comunicação. Em maio de 2015, Pâmella resolveu dar um salto e, assim como Lorine, largou o segundo emprego e transformou o “bico” na principal fonte de renda.
“Ganhei qualidade de vida e minha renda ficou maior. Ainda não me formalizei, mas tenho procurado me especializar, lendo, fazendo cursos online e buscando técnicas diferentes para doces”, disse.
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