O Contador de uma empresa vai administrar um Capital de seis Bilhões num prazo de quatro anos, mas ninguém sabe de que maneira. Como será a expectativa dos sócios dessa empresa? Irão aguardar os quatro anos para ver o que acontece ou vão solicitar ao Contador um Planejamento?
Na aviação é comum se pedir ao Comandante da aeronave o seu Plano de Voo, pois sem ele, primeiro, não se sabe para onde ir, e segundo, um desastre aéreo poderá se tornar iminente.
Temos cobrado do atual Prefeito Humberto Souto seu Plano de Ação para Montes Claros, a maior cidade do Norte de Minas, que, segundo os técnicos do Banco Mundial, poderá dobrar sua população a cada dez anos. Nossa cidade tem mais de 40.000 acadêmicos e mais de 8.000 professores, sendo considerada uma cidade universitária, e por isso é capaz de gerar conhecimentos nas mais diversas áreas. As novas tecnologias estão avançando neste século XXI, e elas nos permitem conhecer os fatos na hora em que acontecem.
Se quisermos realizar um Planejamento será preciso conhecer os Objetivos baseados numa visão de Futuro. A Prefeitura de Montes Claros tem, para 2017, a previsão de orçamento no valor de 1.500 bilhão, e conta com as diretrizes da LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias para executar essas projeções.
Qual é a Prioridade do Prefeito? Quais são seus Planos a Curto e Médio Prazos para o desenvolvimento da nossa cidade? São perguntas feitas pelos que gostam de Montes Claros, e exigem uma resposta completa. Se não tem um Planejamento estruturado, que se procurem as Instituições, as entidades de classe e comecem a trabalhar. A Prefeitura não pode parar, e quem está lá “tem que trocar o pneu do carro em movimento”.
Implantamos na gestão anterior o Programa da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas em Montes Claros, que hoje conta com 35.000 e envolve mais de 130.000 pessoas. Essa Lei exige que o Município destine do seu orçamento vinte e cinco por cento para compras (material de consumo e alimento) e dez por cento para obras contratadas junto às micro e pequenas empresas. O Tribunal de Contas cobra tal Índice anualmente no momento da prestação de contas do município.
Acreditamos que a Prefeitura de Montes Claros tenha capacidade de ser a maior empresa compradora do comércio local, em um nicho de mercado que poderia gastar, anualmente, em torno de 250 milhões junto às micro empresas.
Numa época de crise e inflação, a Prefeitura de Montes Claros, poderá ser a grande mantenedora do comércio local, bastando para isso cumprir a Lei Federal, e apoiar a organização das micro-empresas existentes na cidade, trabalho iniciado por nós há quatro anos, e que muito contribuiu para o fortalecimento da nossa economia.
O que está ocorrendo neste momento? O Prefeito “trombeteia” aos quatro cantos da cidade, que a Prefeitura está em situação de Calamidade Financeira. Não diz como chegou a essa conclusão e nem nos apresenta um caminho. Em conseqüência dessa afirmação, as micro-empresas veem a nova gestão como duvidosa, ficam inseguras e o pior, consideram vender ao Município uma atividade de risco. Tal visão irá gerar um efeito cascata, com falta de confiança e desestímulo ao comércio local, num momento em que a participação municipal é de vital importância para se superar a crise econômica que se alastra em nível nacional.
Voltando ao Contador, lá do começo, diria que ele deverá ser um profissional hábil, querer o desenvolvimento, e, caso ache que não precisa de cobranças, que nos apresente os números e caminhos do seu Planejamento.
Ao Prefeito, solicitamos Visão de Futuro e menos diagnósticos imprecisos, pois, como estamos numa cidade na qual se produz Conhecimento, todos aqueles que tiverem maior informação e interesse vão querer saber para onde “o avião está voando”. Portanto, ações como planejar, agir, trabalhar, desde que bem feitas, serão receita de sucesso.