Na área empresarial, quando uma empresa está atuante, dizemos que a locomotiva está em alta velocidade. Analisando os primeiros vinte dias do Governo Municipal, fazendo-se uma analogia com um trem veloz, podemos dizer que se assemelha a um carroção de bois, da nossa área rural, com suas rodas de madeira, de tão lento que está. Não sai do lugar e quando tenta se locomover ouve-se uma chiadeira terrível, com gritos e reclamações.
O coração da Prefeitura está no Setor de Compras e Licitações, mas os novos gestores não sabem para onde ir com ele. Não foram alertados e nem se deram conta, mas a falta de Planejamento do novo Governo Municipal levou à parada da Máquina Administrativa.
Para uma empresa funcionar precisa possuir uma infraestrutura básica que tem que ser adquirida. Assim como um automóvel precisa de gasolina e manutenção, também um Órgão Público precisa ir às compras, e tudo precisa passar por tramitações internas e processo licitatório.
Até o presente momento a atual administração conseguiu montar somente um edital presencial, para o transporte escolar. No referido edital não menciona que esse transporte pode ser classificado como MEI – Micro Empreendedor Individual. Isso reduziria a carga tributária dos empreendedores, os quais sairiam da Categoria de Autônomos, e pagariam R$ 49,00 incluído nesse valor a aposentadoria pelo INSS.
A falta de Planejamento já começa a se apresentar como problema em vários lugares públicos, onde não tem papel higiênico, material de limpeza, medicamentos, etc. Todos esses materiais precisam ter suas quantidades definidas por levantamento, devendo ser licitados e depois adquiridos por todas as secretarias. Os produtos não aparecerão como num passe de mágica, porque o fornecedor, naturalmente, precisa de um prazo para fazer a entrega.
Como as aulas começam em fevereiro, já deveriam estar licitados uniformes, alimentos, gasolina, material de expediente, medicamentos, no entanto só foi publicado o edital de transporte escolar já citado. Estamos aguardando pelos outros.
Devido às demissões, falta mão de obra no Shopping Popular e os comerciantes reclamam da falta de limpeza naquele local, especialmente dos banheiros que estão em péssimo estado.
Em todos os editais de compras da Prefeitura, dentro do que determina a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, deverão ser destinados até R$ 80.000,00, para essas empresas. Nos valores acima de 80 mil reais, deverá ser feita uma reserva de cota de 25% destinadas às pequenas empresas. Na área de construção e edificação deverão ser destinados 10% do valor do Projeto para as micro e pequenas empresas.
Qual trabalho a Prefeitura está realizando para favorecer a participação das Micro Empresas da nossa cidade nos processos licitatórios ? A atual administração desconhece a importância da Sala do Empreendedor na Prefeitura. Na gestão anterior, a mesma foi a ponte entre o município e as pequenas empresas, na orientação e organização dos segmentos produtivos existentes na cidade.
A questão mais grave dessa real letargia é a falta de profissionalismo da atual gestão que não consegue planejar, e assim, não sabe o que licitar. Um avião gasta mais de cinquenta por cento do seu combustível na decolagem. Daí a exigência de que esses primeiros meses fossem marcados por um ótimo planejamento.
Fatos como os que vêm ocorrendo agora me fazem lembrar o horror que era a administração da antiga rodoviária e da liderança do Governo Collor, que contou com a participação efetiva do Contador.
Se nas questões menores não se consegue projetar, imagine nas maiores… Um viaduto, uma avenida, nos quais é preciso fazer um projeto, aprovar, levantar os recursos, licitar e construir a obra. A continuar assim, podemos imaginar.
A turma dos entusiastas pede para deixarmos o homem trabalhar. O trabalho que está sendo feito vai tão lento e irregular, que parece parado e dessa forma a máquina administrativa enferruja.
Hoje se vê que a falácia administrativa do Programa de Rádio perdeu a ação ao enfrentar a realidade. Na era do conhecimento e da tecnologia, mostrou ser um carroção. Que vergonha ver um quadro assim, típico de longevidade e final de carreira, no qual a sexta cidade do estado está entregue a alguém que é a figura do cansaço e do desânimo.
É necessário ajeitar as rodas do carroção com urgência, para que se desloque e não prejudique o andamento de ações simples, assim como das complexas indispensáveis para a população montes-clarense. Seria bom ver uma Montes Claros progressista e desenvolvimentista, mas o carroção insiste em ficar parado no passado longínquo do Contador.