A História nos mostra ao longo dos milênios a importância de conhecermos fatos passados, para não cometermos os mesmos erros.

Imaginemos a Roma antiga e o seu Imperador Nero, que, movido por arrogância, soberba e vaidade é tomado por um estado de delírio, sentindo-se o senhor dos senhores. Fatos semelhantes se repetem em diversos governos da época moderna, até perto de nós.

Viajando no tempo, nos deparamos com Nero sentado numa montanha, e com visão privilegiada, dedilha sua arpa, se deliciando com soldados tocando fogo em Roma. Esse delírio do qual Nero foi vítima, se repete de forma aproximada no governo municipal, pois o Contador continua na sua vidinha, como se nossa cidade estivesse uma maravilha e as questões importantes do município pudessem ser relegadas a um terceiro ou quarto plano, bem distantes, enquanto os acordes da arpa entorpecem.

Temos uma cidade esburacada,  sem proposta de renovação da malha asfáltica da área central, estimada em mais de 200 Km. Sentimos o mau cheiro causado pelo lixo não recolhido em ruas, avenidas e interior de condomínios. Somente depois de entrar no terceiro mês a Administração Municipal descobriu a necessidade de um pregão eletrônico para contratar empresa para a manutenção dos veículos do município. Nessa passagem, transferiu a culpa para outro.

Na semana passada, um técnico da Copasa anunciou que a Barragem Verde Grande de Juramento (que não recebe água do Rio Verde e sim dos Rios Juramento e Saracura) conta com 33 % da sua capacidade, a metade da mesma época em 2016. Essa constatação é dramática e significa que Montes Claros está prestes a não ter reserva alguma. Existem os projetos Congonhas e Jequitaí para aumentar o abastecimento na cidade. Quando serão executados?

Nesse momento de grave risco, o mandatário deveria promover ações junto aos Governos Federal e Estadual para resolver em médio prazo a crise de abastecimento de água. O rodízio de restrição hídrica está com um dia com água para dois sem ela. As famílias estão usando em três dias a água que daria para um só dia.

As empresas de grande porte, que pretendem se estabelecer por aqui, vão considerar esse grave risco e poderão desistir. Por sua vez, a Prefeitura deveria analisar o impacto da falta d’água nas construções e depois nas ocupações de Condomínios e Edifícios.

Na área rural, o Projeto das Barraginhas não sai do papel, e com a criação de chacreamentos (alguns ilegais e sem infraestrutura) teremos maior volume de pessoas fora da zona urbana, onde a falta d’água para uso humano e produção é real.

Em relação à energia elétrica, há capacidade para atender toda a cidade? O crescimento vertical comportará a infraestrutura planejada há mais de 20 anos?

O anel rodoviário, tão apregoado pelo Contador na campanha política caiu no esquecimento. É de vital importância, para tirar o trânsito pesado dos bairros.

O setor de saúde da sexta cidade do estado, incluindo a Santa Casa, hospital com maiores recursos técnicos da região, enfrenta sérios problemas, e para não paralisar suas atividades depende de verbas do Governo Federal e Estadual. Quando virão?

O delírio do Contador o impede de ver o exemplo da administração do Prefeito João Dória em São Paulo, que nos últimos meses, está mudando a aparência da cidade, com o apoio de todos, inclusive da iniciativa privada.

Nero ateou fogo em Roma e ficou assistindo. Aqui, os problemas nativos parecem não ter importância, ao som inebriante da arpa, que conforta o ego e faz a imaginação navegar. Nossa cidade vai se destruindo, caminhando para algo catastrófico, enquanto o Executivo observa. Até quando suportaremos isso?

*Luciano Meira

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