Tempos atrás, era comum aos governantes, sobretudo os prefeitos, “maquiarem” os resultados das suas administrações. Nos últimos anos, graças às novas tecnologias, a opinião pública acompanha “online” as atividades desenvolvidas pelo poder público. Portais como Transparência, Observatório, e outros têm contribuído para esclarecer os cidadãos. Esconder um mau desempenho ficou quase impossível.
Analisando na imprensa local os resultados da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico da atual administração, tive a atenção despertada para a Economia, alavanca propulsora do crescimento de qualquer município. Fomentar e fortalecer negócios além de ampliar políticas públicas são ações para alcançar a Meta do desenvolvimento.
Essa Secretaria foi dividida em dois setores: Setor de Distrito Industrial 1 (área antiga) e 2 (área nova, na estrada da produção, parceria com a CODEMIG) e o Setor das Micro e Pequenas Empresas. Recuperou sua importância, mas já foi um balcão de “moeda política” para troca em administrações passadas. Somente a partir de 2013, passou a apresentar bons resultados, com crescimento dos pequenos negócios e do PIB.
No Setor dos Distritos Industriais estão estabelecidas mais de 38 empresas de grande porte e empregadas, aproximadamente, 16.000 pessoas que representam um terço do nosso PIB.
O que a atual administração fez para atender as empresas estabelecidas no Distrito Industrial? Até o momento, demandas mínimas como recuperação do asfalto, trocas de lâmpadas, desocupação de áreas invadidas e limpeza das vias de acesso não foram atendidas. Pelo contrário, na entrada do Distrito Industrial, por onde passam os empresários, existe um vergonhoso depósito de lixo a céu aberto. Também não melhoraram a infraestrutura do Distrito Industrial 2, na Estrada da Produção, e tentam jogar o lixo para “debaixo do tapete” da ineficiência.
O Setor das Micro Empresas, de vital importância, era atendido na Sala do Empreendedor, implantada pela administração anterior, com dez técnicos trabalhando de manhã e à tarde. Foi esvaziada, e hoje se encontra à deriva. Prevendo a dificuldade de planejamento da atual Administração Municipal, deixamos um Programa denominado Pro Micro numa parceria com o SEBRAE, no qual, através de eixos estruturantes, proporcionaria a participação das entidades públicas e privadas em ações conjuntas para o fortalecimento do comércio local.
Por causa da implementação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas de Montes Claros, todos os meses a cidade é avaliada por técnicos do SEBRAE estadual, sendo lançada, em nível nacional, uma nota de desempenho das atividades desenvolvidas naquela Secretaria. Portanto, a avaliação nota zero que lá está agora, indica o descaso da atual administração (http://app.pr.sebrae.com.br/leigeralnacional/Home.do .) para com essas empresas.
Como contraponto, os bons resultados obtidos na administração passada também estão lá registrados, mostrando Montes Claros com excelente desempenho técnico no mapa nacional.
Achamos que seria ético corrigir as informações divulgadas pela Secretária de Desenvolvimento, para que o “mentirão” não vire a palavra talismã da atual gestão (http://www.montesclaros.mg.gov.br/agencia_noticias/2017/abr-17/not_03_04_17_0300.php.).
Sabemos que hoje a administração pública não tem lugar para principiantes, nem tampouco para amadores, exigindo conhecimento, dedicação e profissionalismo.
Os novos governantes soam patéticos quando descredenciam os bons resultados obtidos anteriormente e acreditam que vão inventar uma nova “roda”. A História dá lições aos grandes líderes, para que se inspirem em fatos anteriores e não errem em suas ações. A menos que não sejam grandes. Aprender com acertos passados é um atalho para se construir um mundo melhor.
A falta de leitura, estudo, conhecimento, muitas vezes produz uma geração de neófitos, onde a grosseria é a “batuta” do maestro, que range para sair alguns acordes, para uma corte de bajuladores.
Montes Claros merece ações melhores do que as que estamos vivendo. A população, até o momento em silêncio, na hora certa saberá distinguir o joio do trigo.
Luciano Meira