Luciano Meira (*)

As instituições classistas CDL e ACI querem discutir com representantes do município assuntos referentes ao centro comercial da cidade, como segurança, trânsito, pavimentação, urbanização, manutenção, iluminação, limpeza, circulação e fechamento de ruas centrais.

CDL e ACI têm tido participação tímida nas grandes questões da área comercial central da cidade. Com base em informações dos comerciantes, mesmo sem estudos confirmatórios, de que o fechamento de ruas prejudicaria o comércio, as instituições ficaram reticentes. Desconhecem, inclusive, quais são os segmentos mais atuantes nessa região, dos quais na sua maioria são de micro e pequenas empresas.

A atual Administração Municipal não apresentou nenhum projeto à população, que desconhece seus planos (se é que tenha algum), e num comodismo que restringe suas ações, apresentou até agora uma caricatura do que deveria ser uma “pintura de meios fios”. Isso faz supor que a iniciativa para melhorar a área central deverá partir dos empresários. Há 35 anos a CDL e ACI atuaram com visão de futuro, através de iniciativas e boas ideias de empresários como Geraldino Coelho (Boutique) e Álvaro Paulino, que uniram a classe e mudaram a área central.

Em Julho de 2010, o Arquiteto Jaime Lerner, entregou a Prefeitura um Projeto de Revitalização da Área Central de Montes Claros, um trabalho custeado pelo município, que deveria servir como modelo de ações a ser executado nos anos seguintes, mas tal não ocorreu. Os órgãos classistas cruzaram os braços e deixaram o município levar adiante algumas iniciativas, mas vendo o descaso dos principais beneficiários que deveriam ser os incentivadores, arquivou a execução.

A ampliação das calçadas da área central começou a ser executada com recursos existentes à época, como parte do Projeto, desarquivado pela gestão anterior, mas a opinião dos comerciantes estava dividida.

Montes Claros conta hoje com mais de 240.000 veículos e mais de 90.000 motocicletas, um excesso que inviabiliza o deslocamento nas ruas estreitas do centro. Sendo assim, parece necessário o fechamento das ruas da área Central, deixando um corredor para as linhas de ônibus.

Os lojistas receiam que a retirada do trânsito possa piorar o comércio, suposição ainda não confirmada. As entidades de classe nem tampouco os comerciantes têm estudo técnico, que demonstre como se dá, verdadeiramente, a circulação pública naquela área. Em um estudo que fizemos no ano passado, demonstramos que a maior parte das pessoas circulantes na área central de Montes Claros é oriunda de cidades circunvizinhas e está de passagem. Os dados estáticos demonstram que temos uma população flutuante de mais de 100.000 pessoas por dia, sendo que boa parte dela se dirige à área da Saúde.

Sugerimos às entidades de classe ir munidas de documentação farta e concreta, quando se reunir com o Prefeito. Jaime Lerner, o arquiteto paranaense que mais entende de mobilidade urbana, através do seu já citado Projeto, proporcionará ao Prefeito uma visão de Futuro, de forma fácil, pois alguns dos atuais técnicos municipais já estudaram o documento. O Novo Plano Diretor atualizará dados técnicos, até aqui sem receber a devida valorização da gestão atual.

As entidades de classe daquela época pouco atuaram na elaboração do Novo Plano Diretor, que delineia metas de desenvolvimento para os próximos vinte anos, enquanto as Faculdades de Engenharia e Arquitetura tiveram grande importância nessa ação. E agora, é chegado o momento da ACI e CDL colocarem em ação um trabalho eficaz que venha dar a Montes Claros qualidade de vida e mobilidade de Cidade de Futuro.

Se ficarmos esperando as idéias, projetos e vontades do Contador, para desenvolver a cidade, não só ficaremos parados no tempo, como teremos uma retração no desenvolvimento econômico. O fastio do Chefe do Executivo parece não ter fim.

Nossa pergunta ao Contador: quando seus técnicos voltarão a organizar e implementar o novo Plano Diretor de Montes Claros? O que será apresentado para as entidades de classe como melhoria da área central da Cidade? Pode ser que fique com aquela fisionomia de “quem nada aprendeu, e nada esqueceu”, muito própria da sua maneira de agir frente a problemas não resolvidos.

 

(*) Consultor e Diretor da LD Consultoria

www.linhadiretaconsultoria.com.br

www.lucianomeiramoc.com.br

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