Luciano Meira (*)
Montes Claros, uma cidade cuja previsão do Banco Mundial é dobrar sua população a cada dez anos, exige visão de futuro, competência e comprometimento para construir o nosso desenvolvimento. As lideranças precisam ter esse compromisso, porém, numa análise, vemos que pouco agiram para fazer avançar os projetos existentes há mais de vinte anos. Entre eles citamos: Anel Rodoviário Norte, duplicação das rodovias BR135, BR365, BR251, – as entradas de Montes Claros -, ampliação do Aeroporto Mário Ribeiro, com modal de passageiros e cargueiros, Criação do Complexo multimodal e do terminal rodoferroviário (Região próxima à Capitão Enéas), novo Sistema de Abastecimento de Água de Montes Claros, ampliação da Rede Hospitalar e estruturação do Distrito Industrial Dois.
A realidade que vivenciamos em nível municipal é de um governo fraco, que não consegue apresentar soluções nem mesmo para a manutenção da infraestrutura local. Se mal consegue manter as ações essenciais, como resolverá as demandas para um futuro desenvolvimentista?
E assim, a administração do “feijãozinho com arroz” irá nos irritar e se desgastar nos próximos anos, atrelando o atraso à longevidade da inoperância.
A solução para a nossa cidade está na criação da Região Metropolitana de Montes Claros, cujo projeto existe há mais de dez anos, e encontra-se engavetado na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Compreenderíamos 15 municípios num raio de 50 km. No penúltimo governo estadual, o projeto foi derrotado devido à falta de união da bancada dos deputados estaduais do norte de Minas e a alegada causa legal, a inexistência de 600 mil habitantes.
Com a implantação de uma Região Metropolitana teríamos mais recursos e uma administração conjunta com o Governo Federal e Estadual, o que alavancaria nosso desenvolvimento, resgatando, planejando e executando obras, que, antes municipais, passariam a ter uma nova dimensão.
Enquanto nosso Projeto Metropolitano era reprovado, o da cidade de Ipatinga conseguiu passar, e com um número menor de habitantes, na época, 485 mil, criando-se a Região Metropolitana do Vale do Aço.
Os Projetos acima mencionados são importantes para a cidade e região, e o que os deputados fizeram para solucioná-los? Deveriam buscar a aprovação da Região Metropolitana de Montes Claros.
O que realizou o propalado salvador da pátria que foi eleito na última eleição? Tem um ditado que diz que “mineiro só fecha a porta depois de enganado”. Devemos sim, questionar com veemência o desinteresse da classe política pelo Futuro de Montes Claros, pois a inapetência ao trabalho sugere que uma cidade atrasada, distante do progresso beneficiaria a essa mesma classe política.
Os deputados, em sua maioria, “Hors Concours”, pouco ou nada fizeram para o desenvolvimento de Montes Claros e do Norte de Minas. No próximo ano teremos eleições para o Governo Estadual, Senado, Câmara Federal e Estadual, sendo este um bom momento para analisarmos as ações dos políticos locais, começando pelo Prefeito, e depois os deputados locais.
As grandes obras são indispensáveis, assim, não só vamos cobrar, mas também selecionar em quem votar na próxima eleição.
Os políticos costumam interpretar o silêncio da opinião pública como um apoio a sua inércia. É preciso mostrá-los que não é assim. Sobre isso já escrevia o poeta francês Paul Claudel. Certa vez um cobrador de impostos chegou ao Rei e relatou que, pela primeira vez, a população tinha pagado os impostos sem reclamar. O sábio Rei falou decidido: “Devolva os valores recebidos; o silêncio é sinal de revolução”.
Dois terços da nossa população não votaram no atual prefeito, e o um terço que votou manifesta indignação e rejeição, o que deveria assustar o mundo político, mas tal não tem ocorrido. Vejamos as reações, quando a primeira pesquisa de opinião pública for divulgada.
Os deputados estaduais serão punidos pela falta de ação e comodismo, porque Montes Claros, cidade Pólo de Conhecimento, saberá distinguir o bom do ruim.
(*) – Consultor e Diretor da LD Consultoria
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