A aristocracia brasileira persistiu durante anos nas antigas propriedades rurais, sobretudo aqui no Norte de Minas, onde o dono da fazenda era considerado o pai de todos, e não só cuidava dos que lá viviam, mas também era exemplo de educação e bons tratos. Quando os filhos cresciam, iam estudar nos melhores colégios para adquirir formação intelectual, religiosa e moral.
Retornando às suas origens, seja na cidade natal, seja na propriedade rural, tinham o poder de influenciar nos destinos do município, pois o recém-chegado e os moradores acreditavam que o conhecimento adquirido deveria ser colocado em prática em todo seu ambiente de convívio. Hoje, aqueles que se prepararam a vida toda e deveriam apresentar sugestões para inovar e construir uma cidade adequada ao Futuro preferem ficar na cômoda posição de espectadores do filme da vida, não se importando com o conteúdo e nem com o desfecho da história. Estamos próximos dos 180 dias da agora não tão nova Administração Municipal, e em momento algum foram apresentados os planos do Contador para melhorar a infraestrutura da cidade. Com tristeza observamos o silêncio cúmplice daqueles que deveriam olhar para o Futuro e ter orgulho de mostrar que somos a sexta maior cidade do estado. Há poucos dias foi realizada uma audiência pública, que reuniu a equipe técnica da Secretaria de Estado e Obras Públicas, para anunciar as Praças de Pedágio, que seriam implantadas na BR-135. A presença do Contador foi cobrada, chegando apenas ao final para assinar o ponto, num evento de suma importância, que, além de tratar da duplicação da BR poderia ser um momento de se requisitar obras viárias reclamadas pela população. A não participação de nossas lideranças demonstra como estamos mal servidos de governantes (Prefeito, deputados) e líderes classistas. Quando o poder público assume uma posição e não há manifestações contrárias, parece existir apenas uma opinião. Onde estão nossas lideranças empresariais e professores universitários, que não opinam? Faltam-lhes algum canal de comunicação ou sobram-lhes receio de retaliações? Como exceção, Professor Marcos Fábio Martins de Oliveira da Unimontes e Santo Agostinho, na reunião do FOPEMIMPE – Forum Permanente das Micro e Pequenas Empresas, realizada na semana passada em Montes Claros, colocou na pauta a Construção do Centro de Convenções de Montes Claros. O assunto já foi muito discutido, e até nos fez pensar na possibilidade real de sua concretização, mas era enganação dos nossos políticos. Parabenizamos a proposta do Professor Marcos Fábio, que supre parte da ineficiência daquela classe, já que a inexistência desse Centro é incompreensível numa cidade do porte de Montes Claros. Nos Fóruns Regionais, que segundo a mídia, transformou Montes Claros, na semana passada, em Capital do Estado, nenhum assunto de relevância para o município foi mencionado, numa demonstração de que não temos representatividade política. Tal fato nos traz a memória pessoas como Dona Tiburtina e tantos outros que no passado mostraram o valor da nossa terra. A longevidade, em algumas pessoas pode causar o comodismo, levando o ser humano idoso a se entregar ao desleixo, se tornando apático e desinteressado. Na história universal não encontramos em homens públicos de valor, em grandes estadistas, esse traço tão negativo. Pelo contrário, identificamos homens de um caráter sem igual, que produziram a transformação do meio em que viviam, mesmo em idade madura. “Para bom entendedor, meia palavra basta”. Então leitor, não seja um conformado, um silenciado pela opressão, ameaça ou falta de um canal de comunicação. Participe, opine, procure fazer mais pela sua cidade, mesmo que sua opinião não agrade ao Poder, no Futuro sua atitude será lembrada. Não deixemos Montes Claros, até aqui sem destino definido, se manter acéfala ao completar mais um aniversário. Contra isso, todos nós cidadãos temos obrigação de contribuir, exigindo uma cidade adiantada, desenvolvimentista, onde o conhecimento possa transformar para melhor todas as classes sociais. Para isso pagamos impostos altíssimos. E tenho dito!
( * ) Consultor e Diretor da LD Consultoria |