Dez meses de legislatura, e as demandas não sanadas da sexta maior cidade do nosso estado estão nas mãos dos responsáveis por legislar e escolher o destino de Montes Claros.
O convívio com sua excelência, o Prefeito, já deixou claro, que vai ser mais fácil tirar água da rocha, do que sermos atendidos nas nossas necessidades encaminhadas ao Paço Municipal.
Não é só o gênio truculento do Prefeito que impede a resolução das demandas da cidade, mas, principalmente a falta de algo básico numa gestão pública: planejamento. Até hoje a população desconhece o que esse Prefeito irá fazer por Montes Claros. Caso tenha a intenção de trabalhar por nós, é claro.
Tem mostrado ser um voraz cobrador de impostos, e cabe à Câmara Municipal fiscalizar onde estão sendo aplicados os recursos angariados pelas tributações arrancadas com dor.
As pequenas empresas da Área Central da cidade, que pagam seus impostos pontualmente, reclamam que o Sistema Olho Vivo não está funcionando por falta dos funcionários demitidos. Com isso aumentou o número de assaltos no Centro. Qual Vereador está fiscalizando essa reclamação?
Há alguns dias o Prefeito mandou um Projeto de Lei 57/2017 para a Câmara, com o objetivo de modificar o zoneamento da cidade, aprovado na gestão passada, que seguiu os marcos definidos pelo novo Plano Diretor. A mudança sugerida pelo Prefeito ampliaria a área a ser asfaltada, em um bairro, pela atual administração. Uma fiscalização adequada mostrará se alguém será indevidamente beneficiado com a mudança. Não se podem mudar os marcos geográficos de uma cidade, simplesmente porque o Prefeito imaginou algo!
O Restaurante Popular continua fechado sem perspectivas de abertura na atual gestão, impedido de fornecer mais de 2.000 refeições diárias. A interdição feita pelo Corpo de Bombeiros apontava pequenas modificações para aumentar a segurança, e a Prefeitura, com sua inoperância, passa um atestado de incompetência. O problema está na incapacidade do município renovar o programa junto ao Governo Federal. A falácia da campanha política do bom relacionamento com Brasília foi mais um engodo.
Depois da Audiência Pública da Câmara, a falta de ação no Mercado Sul mostra que o Prefeito não tem interesse em resolver o problema do local. Em outro artigo mencionamos que ali poderia abrigar uma escola profissionalizante para melhorar a mão de obra das micro e pequenas empresas. Uma parceria com as instituições Cinco S – SEBRAE, SENAI, SESI, SENAC e SESC – poderia proporcionar mais de 10.000 vagas/ano em cursos profissionalizantes.
O precário abastecimento de água da cidade não pode mais viver de “faz de conta”. O Prefeito precisa cobrar uma ação eficaz, algo que resolva o problema de imediato e em longo prazo, porque a Concessão pertence ao Município.
Então vereadores, vocês representam a todos nós montes-clarenses, e exigimos uma solução para os problemas apresentados. Os números registrados no Portal de Transparência da Prefeitura são do conhecimento de vocês? Os processos de licitação realizados na Prefeitura estão atendendo às necessidades do município? A Prefeitura em seus editais está destinando a aplicação dos vinte e cinco por cento do seu orçamento na aquisição de produtos das micro e pequenas empresas?
A vaia retumbante no Sete de Setembro demonstrou a insatisfação da população com o Prefeito, desaprovação esta que daqui a pouco será igual a “fogo na manga”, chegando aos vereadores. Primeiro naqueles que pretendem concorrer à eleição no próximo ano, depois nos outros que, pacificamente, omitem decisões em prol da cidade.
É Prefeito, a população lhe cobrará um destino melhor para a cidade, mesmo que você não entenda a grandiosidade de Montes Claros.
(*) Consultor e Diretor da LD Consultoria