A região Sul de Montes Claros foi a que mais cresceu no setor habitacional em 30 anos, e hoje é onde se concentra o maior número de residências da cidade.

As imobiliárias identificaram um vazio urbano nos últimos oito anos e começaram a construir condomínios residenciais na Região Norte da Cidade, compreendendo os Bairros Universitário, Planalto, Village I, Village II e Jaraguá II.

A população, ávida pela casa própria, entrou nos Programas Habitacionais do Governo Federal, o que proporcionou a construção de mais de 4.600 residências naquela região, com um aumento populacional de mais de 20.000 pessoas.

Os projetos arquitetônicos aprovados para a construção dos condomínios pela Caixa Econômica Federal deveriam ter projetos complementares nas áreas Social, Ambiental e Econômica  (para geração de Emprego e Renda). Mesmo tendo na Caixa Econômica Federal um checklist dos mais rigorosos, os empreendimentos foram aprovados com essas pendências, sob o beneplácito da Prefeitura de Montes Claros.

Após a entrega das moradias, as pessoas sentiram na pele a falta de infraestrutura, pois, no entorno dos condomínios não existiam creches, Postos de Saúde, Posto de Policiamento e nem Área Comercial para suprir as famílias residentes, represando uma demanda urgente.

Começou um impasse de quem seria a responsabilidade, se da Caixa Econômica Federal, da Prefeitura ou da Imobiliária. Procurando encontrar uma solução, a instituição financeira fez um repasse de recursos para estudar o perfil do morador, fazendo-se o diagnóstico sócio-econômico. A empresa de Belo Horizonte, contratada por R$ 3.600.000,00 forneceu pareceres e diagnósticos que se encontram na Prefeitura. Servirão para, depois de estudar os dados, apresentar um projeto emergencial.

Como a Prefeitura e seus letárgicos administradores não solucionaram o litígio, os moradores procuraram a Câmara Municipal, que fez uma audiência pública. Após analisar a questão, debater e não encontrar solução, os nobres vereadores colocaram um ponto final nas suas participações e transferiram o problema para a Caixa Econômica Federal, confiando numa posterior resolução.

Algumas audiências públicas funcionam como um teatro para a mídia e não como um local para soluções rápidas. O caso dessas pendências virou mais um número no Arquivo Morto da Câmara Municipal.

Os moradores de alguns condomínios abandonaram suas residências, e em médio prazo poderão gerar caos urbano naquela região, inclusive com improvisações, barracas e favelização do local. Lembram-se da Praça Dr. Carlos?

Buscando uma solução, conversamos com Professores da UFMG e do Instituto Federal, e sugerimos o Desenvolvimento Econômico como um eixo prioritário para a Área Norte. Com base no Diagnóstico, poderiam atuar junto à população residente com cursos de empreendedorismo. Os moradores, montando seus pequenos negócios no entorno dos condomínios, terão trabalho e comércio na própria região.

Pedimos à Prefeitura, com base no levantamento do local, que coloque seus técnicos da área de Planejamento para aproveitar pequenos espaços e  adequá-los para a construção de creches, escolas e Posto de Saúde. Humildemente queremos contribuir, e essa é a nossa sugestão para resolver o problema, porque, ao que parece, a instituição financeira não tem pressa e pode ser que não tenha êxito.

Inteligência, criatividade e ação eficaz das instituições de ensino superior e do Departamento de Engenharia da Prefeitura construirão uma cidade melhor para todos. Precisamos acreditar nisso.

(*) Consultor e Diretor da LD Consultoria

www.lucianomeiramoc.com.br

www.linhadiretaconsultoria.com.br

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