Como é a comemoração de um político eleito com os votos de Montes Claros? Após o resultado oficial, muita festa, e o orgulho de dizer “sou majoritário em Montes Claros”, ou, “fui bem votado na cidade”. E os jargões políticos, expressões do discurso político que nem todos entendem, acabam por calar a dócil Opinião Pública, habituada com a tutela, e por isso não presta atenção e nem avalia o significado dos números.

Há cinco décadas, parte da Opinião Pública responsabiliza os outros pelos destinos de Montes Claros. Como dizia o filósofo do Mutambal: “somos uma cidade formada por panelinhas, e perdemos a capacidade de opinar e de agir”.

Para quebrar essa aparente acomodação, analisaremos os números desta eleição 2018, para tentar entender seu resultado.

Montes Claros é um Colégio Eleitoral com mais de 290 mil eleitores, e nele o candidato mais votado para Deputado Federal ou Estadual teve no máximo 12 por cento dos votos. Os outros eleitos na cidade receberam de cinco a dez por cento dos votos válidos.

Ao contrário dos jargões políticos, propalados após a eleição, analisamos os resultados da seguinte forma: as escolhas políticas mostraram conservadorismo de ideias, enquanto nas redes sociais a opinião pública rejeitou o projeto da esquerda. Os esquerdistas votados assumiram uma bandeira dúbia, misturando religião e movimentos sociais.

Parte do eleitorado preferiu abster-se ou votar branco e nulo, enfraquecendo o cacife eleitoral dos seus representantes. Obter de 5 a 10 por cento da preferência dos votantes é ter representatividade política na cidade? O fato mostra que a cada eleição, o eleitor avalia os dados disponíveis e busca seu verdadeiro candidato. A demagogia não parece ter interferido no voto.

Exige-se dos deputados eleitos a arte de conviver numa nova era. Sem clientelismo nem “toma lá dá cá”, os políticos terão de apresentar projetos consistentes para se reeleger. O cabide de empregos nos órgãos públicos parece estar fadado ao desaparecimento.

Existem no Norte de Minas projetos em todas as áreas, mas são abandonados porque os interesses pessoais dos deputados os desaprovam. Está mais do que na hora de serem desenvolvidos e colocados em prática. O resultado diluído nas urnas aponta essa insatisfação.

Já tivemos uma bancada de cinco deputados federais e sete estaduais, mas daqui para frente estará reduzida a dois federais e quatro estaduais.

A Opinião Pública de Montes Claros está ansiosa por um novo nome, totalmente diferente da “escória política” atual. Não estranhem se na eleição de 2020 surgir um nome pouco conhecido, mas com uma visão transformadora e desenvolvimentista. Tal pessoa não estará atrelada às “panelinhas” políticas da cidade.

As Micro e Pequenas Empresas de Montes Claros lembra com pavor o tão falado “choque de gestão”, quando o Governo Estadual aumentou  a carga tributária aumentada, aprovada com o aval da maioria dos deputados, inclusive os votados em nossa cidade. Relembramos a importância dessas empresas, porque representam mais de setenta e cinco por cento da nossa economia, e hoje contam com mais de 40.000 pessoas empreendendo em todos os bairros da cidade. São excelentes formadores de opinião, porque convivem com todos os extratos da população, e têm grande chance de impulsionar os ventos da mudança.

É só uma questão de tempo, portanto, aguardem até a próxima eleição!

( * ) Consultor e Diretor da LD Consultoria

www.lucianomeiramoc.com.br

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