Montes Claros é uma cidade que se orgulha de ter mais de 400 mil habitantes, de ser um Pólo Universitário e a sexta maior cidade do estado, mas lamenta ser administrada por um Poder Público Municipal estilo “conta gotas”. As ações da Prefeitura são parecidas com aquele artefato que acompanha o vidrinho de medicamentos e restringe o escapamento do líquido.
A cada dia a cidade adoece mais em seus problemas, que aumentam junto com o crescimento do município. Com isso, podem-se prever, em médio e longo prazo, danos irreparáveis para tentativas de conserto numa próxima administração.
A população olha incrédula para o sistema “gota a gota” da atual administração que trata nossos imensos problemas com descaso. A maior preocupação do atual gestor é a arrecadação, que amealha diariamente, mais de um milhão e meio de Reais por dia, enchendo os cofres do município. Pode até se preocupar em devolver os impostos com trabalhos de qualidade e eficiência, mas não é o que vemos. Dosa tanto os trabalhos, entregando-os tão pouco a pouco, que a população custa a creditar que a atual administração manterá esse padrão de serviço.
Começou com o “encolhimento” do recolhimento do lixo, que antes era diário e passou a acontecer a cada dois ou três dias. Isso obriga os cidadãos a guardar o lixo doméstico, que apodrece, causa mau cheiro e serve de atrativo para animais indesejáveis.
Tentando mostrar trabalho, licitou 30 km de asfalto para fazer “obras jamais vistas na cidade”. Escolheu ruas da área central e convocou duas máquinas para fazer o asfalto, em horário comercial. Na sua busca por visibilidade, atrapalhou o comércio com o congestionamento de carros. A obra deveria contar com canaletas para água pluvial e recuperação dos bueiros, mas, até o momento, não foi prioridade. Nota-se que passaram a não asfaltar próximo ao meio fio. Quem observa a “obra de arte”, questiona a qualidade do serviço.
Na administração passada foi deixado um projeto junto ao BID – Banco de Desenvolvimento Interamericano -, que previa a necessidade de asfaltamento de 280 km, incluindo as ruas centrais e ruas nos bairros, sobretudo as vias de acesso. O Prefeito não aceitou o projeto, nem tampouco explicou porque não o executaria.
Dos trinta quilômetros de asfalto licitados, além da área central, destinou uma parcela para os vereadores fazerem política e agradar seus eleitores. Muito mais precisa ser feito, pois, com as chuvas, as vias de acesso aos principais bairros estão como um tabuleiro de pirulito.
Numa operação “gota a gota” iniciou melhorias em algumas praças, mas, está tão moroso que as tartarugas se sentem representadas nesta administração. Outro exemplo é a Av. Francisco Sá, onde a cada mês arrumam meio metro.
Uma simples obra, como passar cabos para funcionamento dos semáforos, já consumiu mais de três meses, e não se concretiza, para desespero do comércio local.
Na época do Natal, quando os comerciantes e a população querem ver a cidade iluminada, somente alguns locais são contemplados, os mais visíveis. Na maioria dos bairros da cidade, a presença da iluminação natalina não existe, num total pouco caso com as pequenas empresas ali estabelecidas. As entidades de classe veem a enganação e se omitem. Deveriam se reunir com o Prefeito, Secretários e vereadores e cobrar do município um serviço à altura da grandeza da nossa cidade.
Será esse estilo de administrar que queremos para Montes Claros? Se você acredita que possamos ter algo melhor, manifeste-se, fale com seus amigos, pois, com uma população esclarecida e participativa teremos uma cidade melhor para vivermos.
( * ) Consultor e Diretor da LD Consultoria