Na véspera do Dia dos Namorados, os comerciantes do Quarteirão do Povo preparam suas lojas com novas mercadorias, produtos e ofertas inovadores, para fazer boas vendas aproveitando uma das poucas datas festivas, que movimentam o comércio. Mas na contracorrente há algo para atrapalhá-los.

No sábado, dia sete de junho, após um convite, faço uma visita aos comerciantes daquela via pública. Imaginando encontrar o logradouro com alguma decoração alusiva a data que se aproxima, para além das vitrines das lojas que já mostram algo especial, me deparo com um carro em cima do calçadão, atrapalhando a circulação dos pedestres, e ao lado dele, uma banca do Jogo de Azar Legal Cap.

Percorro parte da área central, e vejo outro caminhão com um veículo na carroceria e um potente sistema de som, fazendo mais propaganda de jogatina, enquanto infernizava a vida dos transeuntes.

Os comerciantes revoltados, não sabem a quem reclamar, mesmo estando a poucos metros da Sede do Sindicato Patronal do Comércio e não muito distante da ACI – Associação Comercial de Montes Claros.

O CDL – Clube de Diretores Lojistas, na sua política de boa convivência com o poder público, não quer se envolver. Tais acontecimentos provam a omissão das entidades de classe, e até agora, não vemos providência da Prefeitura para coibir esse tipo de ação maléfica ao comércio. Pela Lei de Ocupação de Solo, não se pode obstruir a via pública, nem permitir a circulação de caminhão com sistema de som estridente, acima dos decibéis regulamentares.

Qual foi o tipo do Alvará que a Prefeitura forneceu para a empresa de jogo de azar? Em qual alíquota tributária estaria enquadrada? Esse Alvará é fixo ou móvel? Em todos os bairros a tal empresa tem um estande, onde praticam a mesma balbúrdia, sem serem incomodados pelos fiscais da Prefeitura.

Para melhorar a área central existe um Projeto feito pelo famoso arquiteto Jaime Lerner, pago com recursos da Prefeitura, e que está incluso no Plano Diretor da Cidade. Sua execução transformaria o local, mas o Prefeito e seus assessores fingem desconhecer o fato.

A falta de lideranças classistas, que tenham comprometimento com o comércio local, prejudica o setor, gerando insatisfação dos comerciantes com a Prefeitura, com os políticos e com os pseudodirigentes classistas.

Seja na área central, seja nos bairros, não existe apoio da Prefeitura às pequenas empresas. E sabem as autoridades, que 75% da nossa economia provêm dos pequenos negócios.

Montes Claros está pagando um alto preço por ter escolhido uma administração que não dá manutenção adequada à cidade. Estão fazendo asfalto, mas e as praças? Outro exemplo de descaso é a Guarda Mirim, a caminho da paralisação, porque o Prefeito se nega a contribuir para a manutenção da entidade.

Por tudo isso, alerto aos comerciantes da área central, que não tenham receio, gritem e reclamem alto. Talvez assim o Prefeito acorde com o clamor de vocês, gente que criou e mantém vivas as microempresas, gente que luta para gerar trabalho e desenvolver a cidade economicamente. Depois de acordado, quem sabe o mandatário queira ouvi-los?

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