Recentemente, publiquei um artigo intitulado “A Força Política Conservadora está Dispersa”, com o objetivo de destacar a importância do Partido Liberal (PL) nas próximas eleições municipais em nossa cidade.

 Após a publicação do artigo, membros da Comissão Provisória do PL forneceram informações sobre a construção de uma chapa forte que representaria os conservadores da cidade.

Como observador atento, compartilhei essas informações e agora busco raciocinar sobre os bastidores para ajudar você, conservador Montes Clarense, a compreender os fatos em questão.

 Com metade dos eleitores da cidade identificados com um perfil de direita, conforme indicado pelos dados da última eleição presidencial e prevendo-se 330.000 eleitores para a próxima eleição, é imperativo que os dirigentes nacional e estadual do PL dediquem uma atenção significativa a esse eleitorado, representando assim a força conservadora ativa da cidade.

 Durante uma live conduzida pelo ex-Presidente Bolsonaro, foram delineados pontos de atuação para lideranças e candidatos, incluindo a discussão sobre o orçamento municipal, propostas para o desenvolvimento econômico local, defesa da vida contra o aborto, proteção da propriedade privada, e o combate à ideologia de gênero, entre outros temas.

Até o momento, não houve notícias sobre o envolvimento público da atual Comissão Provisória local nessas pautas.

 Um aspecto fundamental para o sucesso eleitoral é a escolha do candidato à prefeitura, que deve ser uma figura forte capaz de trabalhar com essas propostas durante a pré-campanha, resgatando assim o eleitorado conservador da cidade.

 No entanto, até o momento, não há informações sobre isso, e o prazo final se aproxima rapidamente, encerrando-se em 04 de abril.

Além disso, desconhecemos a estruturação da proposta do prefeito, bem como a formação da equipe responsável pelo programa de TV, rádio e mídia.

 A chapa de vereadores sendo formada pelo PL local parece não estar observando o cumprimento do coeficiente eleitoral necessário para eleger sequer um vereador.

Isso se deve ao aumento do número de votos necessários para eleger um vereador, estimado em 11.000 votos devido ao aumento previsto no número de eleitores úteis para a próxima eleição.

 Esses desafios eleitorais evidenciam a oportunidade perdida pelo PL de marcar posição junto ao eleitorado conservador da cidade.

Então, qual seria o caminho adequado para o PL local nessas eleições? Uma possibilidade seria tentar emplacar um vice na chapa da atual administração. O atual prefeito de Montes Claros é filiado ao Partido Cidadania, antigo Partido Comunista do Brasil, e mantém uma boa relação com o comunista histórico Roberto Freire.

 O candidato do prefeito para a próxima eleição, por enquanto no Partido União Brasil, provavelmente migrará para o Cidadania para satisfazer os interesses do prefeito.

 Isso é evidenciado pelo fato de que, faltando menos de um mês para o término das filiações, a maioria dos vereadores que apoiam o atual prefeito ainda não definiu seu partido.

 Na semana passada, a imprensa local trouxe uma notícia ocupando meia página do jornal, apresentando a fotografia de um deputado estadual do PL, o candidato do prefeito e o Procurador do Município, Otávio Rocha.

 Otávio Rocha surgiu na política durante a administração Athos Avelino, quando houve uma união das esquerdas e ele foi indicado como Procurador do Município.

Em ambas as administrações, ele adotou uma política rigorosa de cobrança de débitos da prefeitura, mas parece ter se esquecido das dificuldades enfrentadas pelo município no pós-pandemia.

Ele também foi responsável pela criação de decretos de paralisação do comércio local, sem considerar a saúde financeira das pequenas empresas.

 Tudo indica que Otávio Rocha já se filiou ao PL local para ser um dos prováveis candidatos a vice na chapa do executivo.

Isso aumentaria o tempo de televisão da chapa majoritária do Partido Cidadania, utilizando os recursos do PL, entre outros benefícios.

 Essa manobra da esquerda representa um golpe nos conservadores de direita de Montes Claros.

Corremos o risco de não eleger nenhum candidato a vereador e de ver o crescimento dos conservadores na cidade estagnado ou até mesmo revertido.

 O modus operandi do atual prefeito parece repetir-se, como visto na eleição municipal passada, quando o Partido Democratas foi entregue ao prefeito no final de uma noite, e alguns membros do partido ganharam cargos na administração.

 Essa é a política mesquinha da nossa cidade. Espero que a direção nacional e estadual do PL analise os bastidores do que ocorre localmente.

Sinto um profundo descontentamento com essa situação.

 Acorda, Montes Claros!

 Luciano Meira (*)

 (*) Consultor e Diretor da LD Consultoria